A importância da formação e do desenvolvimento profissional dos diretores escolares foi discutida, na tarde desta quarta-feira (9/6), durante webinário que teve a participação da Secretária de Estado de Educação de Minas Gerais, Julia Sant’Anna, entre outros especialistas em educação.

No debate on-line, foi apresentado o relatório “Desenvolvimento Profissional de Diretores Escolares - Análise das experiências da África do Sul e Canadá (Ontário)”, realizado pela professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV)/ EAESP, Lara Simielli. Especialistas ainda destacaram como o bom desempenho desses profissionais nas escolas tende a render mais qualidade na educação.

A publicação analisa experiências internacionais de formação de diretores escolares para identificar possibilidades de atuação e ampliação do repertório no Brasil, levando em consideração o contexto local. Estruturado em quatro seções, o estudo apresenta informações sobre o cenário nacional de desenvolvimento de gestores educacionais; a metodologia da análise; as características gerais e funcionamento dos sistemas de desenvolvimento de diretores na África do Sul e em Ontário, província do Canadá; e as recomendações para o Brasil, buscando contribuir para o debate sobre a formação de gestores e propondo adaptações, quando necessárias, ao contexto local.

Ainda segundo o estudo, a estratégia para melhorar a formação dos diretores deve se concentrar em três pontos-chave: a relação entre a política educacional e a liderança escolar; o conteúdo e as características gerais dos programas de formação, incluindo currículos e experiências associadas de aprendizagem; e questões relativas à sua implementação.

De acordo com a autora do relatório, Lara Simielli, o estudo fornece a possibilidade de um olhar sobre nossas dificuldades, considerando experiências mais bem encaminhadas e os percursos desenvolvidos por elas. “A gente considera este momento muito importante, por ter sido aprovada a matriz de competências (para diretores escolares). Isso vai impactar a formação. O nosso objeto de estudo vai poder contribuir com quem está pensando nisso, fomentar o debate. O objetivo da D3e e do Instituto Unibanco é que os que estão decidindo, tenham algum tipo de inspiração a partir do estudo”, destaca a pesquisadora.

Importância na prática

A secretária Julia Sant’Anna afirmou que a experiência de Minas no Regime de Estudo não Presencial vem sendo reconhecida nacionalmente, principalmente, graças ao trabalho realizado pelos gestores escolares da rede. Julia contou, ainda, que no momento em que assumiu a gestão da Secretaria estava ocorrendo as eleições dos diretores e que uma das preocupações foi fazer formações para esses profissionais. Segundo ela, uma das dificuldades foi reunir uma matriz para construir esse curso. “Entre o secretário de educação, que é obrigado a saber de tudo, a partir daí o trabalho se divide e, cada equipe, vai cuidando de algo. Tudo se divide nesse caminho e volta a se juntar na figura do diretor escolar”, exemplificou.

Julia ainda destacou em sua fala que o grande esforço da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) foi prover os diretores com os recursos necessários para que eles pudessem realizar bem seu trabalho. Julia relembrou que, no início de sua gestão, repasses para merenda e transporte escolar estavam atrasados, o que impactava diretamente na performance desses gestores. Por isso, cabe também ao Estado, segundo ela, garantir que seja dado efetivamente a esses profissionais a capacidade de se dedicar a parte administrativa e também pedagógica de sua função. Como resultado disso vem a qualidade. “Quem vai fazer a educação transformar é esse diretor, com a certeza de que ele tem nas mãos dele as condições de fazer essa transformação e cada vez mais bem formado”, disse.

A SEE/MG, por meio da Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores, ofertou uma formação inédita para todos os diretores e vice-diretores das escolas estaduais eleitos e empossados em 2019. O Curso de Formação de Gestores Escolares, em formato EAD, conta com carga horária de 120 horas, dividido em três módulos.

Formação constante

Em sua fala, a professora da UNIRIO, Ana Cristina Oliveira, destacou a importância do estudo e das indicações que ele oferece. Uma das variáveis é a necessidade da formação dos profissionais que seja constante, com visão de longo prazo. A nova matriz nacional comum de competências do diretor escolar, segundo ela, oferece a oportunidade para seja marcada a diferença na formação dos profissionais para assumir a direção das escolas. “Tendo em vista os diferentes levantamentos já feitos, eles apontam mais desafios que avanços. A gente tem que pensar que não queremos mais do mesmo. Mas verificar o que queremos desses profissionais para a gestão escolar”, afirmou.

Segundo a especialista em educação, Anna Penido, a discussão da importância dos gestores escolares vem ganhando corpo nos últimos anos. Para ela, é importante que nesse processo o aprofundamento dos caminhos para onde se pretende chegar devem ser o balizador das competências das lideranças. “Demos um passo importante com a aprovação da matriz, mas ela ainda é um primeiro passo que tem uma lista de fazeres e traz ainda muito misturado o que são competências e habilidades necessárias para esse diretores realizarem seu trabalho”, pondera. Ela ainda complementou dizendo que vale a pena que seja dado um “peso especial” na equidade.

O evento realizado nesta tarde faz parte do Ciclo de Webinários Educação para Juventudes do Instituto Unibanco.

 

 

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