Professores da Educação de Jovens e Adultos (EJA) contam sobre o trabalho desenvolvido durante o ensino remoto e a satisfação com os resultados obtidos

Henyria e Isabel destacam como as atividades desenvolvidas durante as aulas não presenciais abriram novas possibilidades de interação com os jovens e adultos

16 de Outubro de 2020 ,

Com a suspensão das atividades escolares presenciais em razão da pandemia da Covid-19, educadores do mundo inteiro tiveram que se redescobrir, reinventar e encontrar diversas maneiras para garantir a aprendizagem do estudante durante o período de isolamento social. Na Educação de Jovens e Adultos (EJA) não foi diferente. Na semana em que se comemora o Dia do Professor, conheça a história de duas educadoras da rede pública estadual de ensino de Minas Gerais, que atuam nesta modalidade, que desenvolvem diferentes iniciativas para promover a participação dos seus estudantes durante as atividades remotas.

Henyria Oiveira leciona História nas escolas estaduais Professora Maria Muzzi Guastaferro e Três Poderes, ambas em BH./Foto: Arquivo Pessoal

Professora há cinco anos, Henyria Márcia Ramos Oliveira leciona História nas escolas estaduais Professora Maria Muzzi Guastaferro e Três Poderes, ambas em Belo Horizonte. Para ela, a EJA tem, entre suas funções, resgatar a autoestima do estudante e propiciar a socialização, o que torna o trabalho cada vez mais gratificante. “Quando você vê o aluno conseguindo aprender é muito interessante. Eles ficam comovidos e nos deixam comovidos também”, afirma.

De acordo com Henyria, com o ensino remoto houve um estreitamento na comunicação com esses jovens e, também, uma maior interação, mesmo que de longe. “Para tentar ajudar os estudantes, procuro sempre entrar em contato um a um e isso é uma coisa que eu não costumava fazer. Sempre que vejo que eles deram início a uma atividade e não finalizaram, eu ligo. Estamos criando novos laços”, destaca.

A professora ressalta, ainda, que se reinventar foi uma coisa boa que a pandemia trouxe. “Tivemos que procurar novas ferramentas e sair do nosso lugar de conforto. Ou a gente saia do lugar e procurava um jeito de chegar até o aluno ou ficava parado e não tinha retorno nenhum. Eu achei isso muito bom, me deu uma nova visão”, conclui.

A professora Isabel Cristina de Souza Bernardes trabalha na Escola Estadual Herbert José de Souza, que funciona em uma unidade prisional, no município de Três Corações. Ela concorda com Henyria. “Eu estava achando que a educação tinha estagnado e, de repente, veio a pandemia que transformou o professor de um momento para o outro. Tivemos que nos reinventar”, explica Isabel.

Isabel Bernardes é professora na Escola Estadual Herbert José de Souza, em Três Corações./Foto: Arquivo Pessoal

Na unidade prisional onde trabalha, Isabel conta que foi necessário fazer a adaptação do Plano de Estudo Tutorado (PET) para os alunos e que todos receberam o material impresso. Para ela, o retorno das atividades está sendo positivo. “Junto com os PETs, encaminhei mensagens dando apoio e incentivando que eles fizessem as atividades e funcionou! Estamos recebendo os exercícios feitos e tenho alunos que deixam até recadinhos”, revela.

A educadora também destaca o prazer de ver um aluno aprendendo. “É muito bom perceber que somos úteis, mesmo que a distância. É gratificante ouvir um senhor com seus 60 anos falar: ‘nossa eu escrevi uma carta e meu filho não acreditou que fui eu’. Na EJA, tenho a oportunidade de ajudar uma pessoa que tem muita experiência de vida. É uma partilha! ”, conclui.

 

 

 

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