Minas Gerais avança na qualidade da educação ofertada aos estudantes e também na oferta da qualificação profissional para os jovens mineiros. Por meio do programa “Trilhas de Futuro”, o Governo de Minas irá expandir o número de vagas gratuitas na educação profissional.
O programa, lançado nesta terça-feira (15/6), é resultado do trabalho conjunto entre as secretarias de Estado de Educação (SEE/MG), de Desenvolvimento Social (Sedese) e de Desenvolvimento Econômico (Sede). Além do governador Romeu Zema, participaram do lançamento da iniciativa a secretária de Educação, Julia Sant’anna; o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio; e o subsecretário de Trabalho e Emprego da Sedese, Raphael Vasconcelos.
Inicialmente, serão ofertadas 40 mil vagas para cursos técnicos. Além da oferta gratuita da formação, todos os alunos selecionados para participar receberão vale-transporte e alimentação. A previsão de investimento da SEE/MG nesta iniciativa é de R$ 534,7 milhões. O catálogo de cursos contará com cerca de 80 opções. Entre elas estão cursos técnicos em eletrotécnica, enfermagem, sistemas de energia renovável, vendas, edificações, mecânica, entre outros.
O modelo de oferta dos cursos é inovador e observa as melhores práticas de educação profissional do mundo. Durante o lançamento do programa, o governador Romeu Zema destacou que existe, em todo país, uma disparidade crescente entre vagas de emprego ofertadas e a capacitação de jovens recém-chegados ao mercado de trabalho. Zema reforçou que o grande diferencial do programa é buscar justamente diminuir essa diferença entre o que os empregadores buscam com quem precisa de trabalho.
“Os cursos não foram escolhidos aleatoriamente. O setor produtivo foi escutado, pois é ele quem contrata. Nós sabemos hoje que o setor produtivo demanda uma série de profissionais e não consegue encontrar no mercado. Isso representa um potencial gigantesco para os jovens que terão acesso a esses cursos e também transporte e alimentação, pois muitas vezes o jovem tem necessidade de ter essa ajuda”, destacou o governador.
Em sua explicação sobre o cronograma e o modelo de funcionamento do programa, a secretária de Educação Julia Sant’Anna revelou que, além das empresas, estudantes do ensino médio da rede estadual também foram ouvidos e cerca de 60% deles indicaram o desejo de estar em um curso técnico profissional. A secretária também celebrou a possibilidade do aumento da oferta deste tipo de formação. “A gente acredita que a educação profissional torna a escola muito mais atrativa para o jovem e contribui muito para diminuir os índices de abandono e aumentar a empregabilidade. Serão 78 cursos priorizados; entre esses, é importante destacar a enfermagem, sendo um tema bastante urgente, eletroeletrônica e desenvolvimento de sistemas de tecnologia”, reforçou.
Os cursos serão ofertados a partir da contratação, via edital de credenciamento, de vagas em instituições públicas e privadas que ofertam cursos técnicos em Minas Gerais. A expectativa da SEE/MG é que os cursos sejam ofertados em todas as 47 Superintendências Regionais de Ensino (SREs), a partir de uma listagem de 425 municípios prioritários. Mas a oferta efetiva dos cursos ainda dependerá do credenciamento das instituições.
A definição dos municípios prioritários e dos cursos que serão ofertados foi feita a partir da escuta do setor produtivo, de estudos de empregabilidade e da demanda da rede estadual de ensino. A SEDE realizou mapeamento com empresas mineiras que responderam a um questionário e apontaram suas demandas por mão de obra. Também foi apresentado um estudo de empresas que estão se instalando no estado com possível demanda de empregabilidade. Já a SEDESE foi parceira em um estudo sobre qual curso tem a maior demanda de empregabilidade em determinado município.
O secretário de estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, destacou o trabalho integrado na concepção do programa. Passalio lembrou da dificuldade que muitos investidores possuem em encontrar mão de obra qualificada no estado e que o ineditismo do modelo está exatamente em buscar, além da capacitação, empregabilidade para os estudantes. “Ouvimos 110 empresas e 50 polos industriais do estado. De imediato, já identificamos mais de 7,5 mil vagas de emprego em aberto, com carência de pessoas qualificadas e mais de 230 ocupações com demanda imediata de trabalho”, disse.
O subsecretário de Trabalho e Emprego, Raphael Vasconcelos, reforçou que a oferta de cursos será embasada em dados técnicos, de uma forma inteligente. “Nós vamos sair de uma cultura de qualificar por qualificar. Vamos dar um ‘tiro certo’: o curso técnico com a vaga existente. Priorizamos setores como energia solar, tecnologia da informação, ciências biológicas e energia aeroespacial”.
Público alvo
Poderão se inscrever para as vagas dos cursos técnicos do programa “Trilhas de Futuro” estudantes de escolas públicas e privadas regularmente matriculados no 2º e 3º anos do ensino médio ou em qualquer período da Educação de Jovens e Adultos (EJA) - Ensino Médio e também jovens que já concluíram o ensino médio.
Pelo menos 70% das vagas contratadas devem se destinar aos estudantes do ensino médio regularmente matriculados na rede pública estadual, sendo as demais vagas distribuídas para os jovens matriculados em outras redes públicas, em redes privadas e em seguida para os jovens egressos do ensino médio.
A resolução regulamentando o programa e o edital de credenciamento serão publicados pela Secretaria de Estado de Educação ainda no mês de junho e darão publicidade ao cronograma de credenciamento das instituições e de inscrições para os cursos. O processo de inscrição e matrícula dos estudantes será realizado por meio de um sistema de gestão específico, elaborado pela SEE/MG para o monitoramento do programa. A previsão é de que as aulas comecem no mês de outubro.