Os desafios e as estratégias para a implementação do Novo Ensino Médio na rede estadual de Minas Gerais foi o principal assunto discutido durante o 4º Seminário de “Gestão Educacional do Ensino Médio: conquistas de 2021 e desafios para 2022”.
O evento foi realizado pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) e o Instituto Unibanco, nesta terça-feira (7/12), e apresentou estratégias e reflexões sobre a implementação das mudanças e inovações nesta modalidade de ensino.
Em sua fala, a secretária de Educação de Minas Gerais, Julia Sant’Anna, destacou o empenho e dedicação dos professores e diretores. “Conseguimos ter esse resultado que foi entregar o maior IDEB da história de Minas do Ensino Médio, mesmo no cenário de dificuldade financeira que a gente se encontrava e ainda nos encontramos”, disse.
O ensino médio da rede pública estadual de Minas Gerais atingiu o índice 4 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2019, crescendo na comparação com a edição anterior, de 2017, quando a nota da rede estava em 3.6. Foi o maior resultado conquistado nesta etapa da educação básica desde o início da divulgação dos números.
Acolhimento
Já a secretária adjunta de Estado de Educação de Minas Gerais, Geniana Faria, disse que o grande desafio no trabalho com o ensino médio é fazer com que o estudante se sinta acolhido e reconheça na escola um lugar seu. Com isso, a permanência no ambiente escolar é o grande objetivo. “Nosso desafio, que ficou mais escancarado nos últimos tempos, é que os nossos estudantes aprendam, que eles estejam nas escolas, que se sintam pertencentes a esses espaços e tenham seu direito à educação garantido”, afirmou. Geniana também destacou o papel fundamental da gestão no desenvolvimento das estratégias.
Para o superintendente do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, a pandemia amplificou problemas que já vinham sendo enfrentados. Mas, que a visão de qualidade do ensino deve ser guia para as ações. “É preciso uma estratégia de gestão que realmente foque na permanência dos estudantes para que possamos dar os passos de que precisamos”, afirmou.
Dedicação pedagógica
Quem também participou do encontro virtual foi Chico Soares, professor-emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). De acordo com ele, a realidade pós-pandêmica, associada ao momento de começo de implementação das diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o Novo Ensino Médio, vai exigir muita dedicação. “A proposta pedagógica deve traduzir os objetivos de aprendizagem em tarefas que, quando usadas como instrumentos de avaliação, fornecem evidências de desenvolvimento dos aprendizados”, afirmou.
Chico chamou atenção para a necessidade de garantir que os estudantes tenham um aprendizado coerente com a série escolar que estejam cursando. Ele apontou que o país não pode continuar a desconsiderar as diferenças de assimilação do conteúdo e trazer todos os estudantes para o direito à educação. “Qualidades para poucos não é qualidade. Quando se fala de qualidade você tem que incluir todo mundo”, ponderou. Reforço a necessidade de garantir que os alunos fiquem na escola. “É na escola que a superação vai se dar”.
Objetivos
A superintendente de Políticas Pedagógicas da SEE/MG, Esther Barbosa, destacou que os principais objetivos da secretaria são mitigar evasão, assegurar aprendizagem, reduzir as desigualdades educacionais. Ela conta que ações programadas estão levando em consideração a diversidades dos alunos e as especificidades de cada um. “Nossa grande meta para 2022 e dar suporte para alcançarmos nossos objetivos”, afirmou. Ela citou uma série de iniciativas da SEE adotadas para viabilizar esse acolhimento dos estudantes e da comunidade escolar e tornar os alunos acolhidos.
A diretora de Ensino Médio da SEE/MG, Mônica Oliveira, explicou que a principal premissa no Novo Ensino Médio é colocar o estudante no centro da aprendizagem como protagonista. “Considerar o estudante com sua história com seu interesse, trabalhar com o seu projeto de vida”, disse. Ela comentou sobre o aumento da carga horária que vai permitir um trabalho mais aproximado com os alunos. Outro destaque é a flexibilização curricular. “É mesmo um grande desafio, mas temos clareza de onde queremos chegar e a ferramenta que é o circuito de gestão. Juntos daremos conta de mais essa tarefa que tem o objetivo final que é a aprendizagem dos nossos estudantes”, afirmou.
Para acompanhar as discussões basta assistir ao encontro neste link.