A eleição dos novos representantes de turma movimentou e animou o ambiente escolar nas unidades de ensino do Estado neste mês de março.
Além de atuar como porta-voz da turma, os alunos eleitos farão parte do Conselho de Representantes de Turmas que, juntamente com a direção escolar, criarão um plano de ação para discutir e elaborar atividades em torno de uma situação ou problema identificado pelos próprios estudantes.
Aproximar os alunos da escola, facilitar a comunicação, despertar o sentimento de pertencimento e aprender sobre o exercício da democracia são alguns dos resultados positivos apontados por estudantes, professores e diretores, sobre o processo de escolha dos representantes de turma.
“O objetivo do conselho é promover a participação e estimular os alunos nas escolas. As ações podem acontecer também fora do ambiente escolar, extrapolando o espaço físico, voltadas para a comunidade no entorno”, explica Fabiana Benchetrit, coordenadora de Temáticas Especiais e Transversalidades Curriculares da SEE/MG.
Na Escola Estadual Presidente João Pinheiro, em Santos Dumont, na Zona da Mata, as eleições foram realizadas no dia 09 de março, quando foram indicados 27 representantes de turmas, dos três turnos de aulas. Maria Luyla, de 15 anos, foi eleita vice-representante de uma das turmas. “Essa é uma ponte que vai aproximar ainda mais a escola dos alunos. Vai facilitar a comunicação e ser um canal para nós, estudantes, levarmos nossos problemas e sugestões”, afirma.
Gislaine Dornelas, supervisora da mesma escola de Maria Luyla, também avalia que o movimento facilitará a resolução de demandas. “A eleição vai ajudar a levar as situações para os alunos de uma forma mais humanizada. Os representantes encaminham as demandas para nós e eles respondem aos próprios colegas. Ou seja, fortalece o laço entre escola e alunos e, ao mesmo tempo, agiliza o processo de melhorias”, informou.
Protagonismo
Em Montezuma, no Norte de Minas, a Escola Estadual Edson Alves Pereira também se mobilizou para realizar as eleições. Foram eleitos 21 representantes de turmas, um aluno representante da escola, um aluno suplente e um professor referência.
“De modo geral, percebe-se o desejo dos jovens estudantes de terem espaço de voz e de realmente serem protagonistas dentro da escola. A participação deles tem sido de forma significativa e com muito empenho em fazer parte do Conselho Estudantil”, afirma Érica Alves Santana, diretora da unidade de ensino.
Carlos Alexandre Gonçalves de Jesus, professor de filosofia, destaca a importância da eleição dos representantes de turma no exercício da democracia. “As salas estão sendo organizadas como se fosse uma eleição normal do Tribunal Superior Eleitoral. Os alunos têm que assinar uma ata, até para que eles comecem a se ambientar com as futuras eleições municipais, estaduais e federais, quando completarem os 16 anos.”, explica o professor.
Julia Araújo Antunes, de 16 anos, é candidata à eleição na Escola Estadual Edson Alves Pereira e conta que está orgulhosa com o fato. “Fiquei muito feliz de ser escolhida como candidata a representante da escola. Gosto de poder falar, opinar e também representar todos aqueles que talvez tenham vergonha de dar sua opinião, ou até mesmo não sabem como funciona a escola. Em tudo que estiver ao meu alcance irei ajudar e estarei à disposição.”
Fabiana Benchetrit, coordenadora de Temáticas Especiais e Transversalidades Curriculares da SEE/MG, destaca que, antes da suspensão do programa devido a pandemia, houve uma grande adesão dos representantes de turmas nas escolas da rede, inclusive em comunidades indígenas. “Dez escolas indígenas das regionais de Guanhães, Januária e Pará de Minas elaboraram seus Planos de Ação, representando um grande avanço na política de juventude da rede”, finaliza.
Na última eleição para representantes de turma realizada antes da pandemia, em 2019, foram eleitos 79.801 alunos em 3.050 escolas públicas estaduais.