O Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais (CEE/MG) realizou nesta quinta-feira (15/12), o Seminário "Educação em Minas Gerais: Resultados Recentes das Avaliações em Larga Escala e Desafios para os Próximos Anos".
A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) esteve representada pela Secretária Adjunta de Estado de Educação, Geniana Faria, que foi uma das palestrantes convidadas.
O evento foi organizado pela Comissão de Ética do CEE com o objetivo de debater temas relevantes da área educacional no que se refere às avaliações de larga escala como o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O presidente do CEE/MG, Felipe Michel Braga, fez a abertura do seminário que teve, ainda, a Coordenadora Geral do CAED UFJF, Lina Katia Mesquita.
A Secretária Adjunta de Estado de Educação, Geniana Faria, relembrou a criação, em maio deste ano, do Material de Apoio Pedagógico de Aprendizagem (MAPA). “O que vimos aqui é que as avaliações nos mostram que tivemos uma perda na aprendizagem, mas que em Minas Gerais nós conseguimos mitigar com as ações que fizemos durante o REANP (Regime de Atividades Não Presenciais). Isso mostra que estamos no caminho. Ao receber os resultados das avaliações o que fizemos foi repensar e reestruturar algumas dessas ações como o MAPA, material de apoio pedagógico para aprendizagens para que possamos reforçar e recuperar, recompor as aprendizagens em 2023”, disse Geniana Faria.
“O seminário de hoje deixou claro o papel importante do Conselho Estadual de Educação de continuar como aliado crítico da Secretaria de Educação, apoiando na construção de normas e na viabilização dessas ações que já estão em curso, mudando a vida dos estudantes na ponta. As consequências da pandemia da Covid-19 estão presentes e o trabalho da secretaria muito altivo dos últimos anos permitiu que os resultados não fossem tão prejudicados ainda que tenha caído. Mas o futuro requer um compromisso para recuperar, recompor e acelerar Minas Gerais de novo. O Conselho em seu papel regulador, de controle e acompanhamento fará parte dessa transformação”, ressaltou o presidente do CEE/MG, Felipe Michel.
O seminário pode ser asistido na íntegra neste canal no YouTube.
Em Minas Gerais a perda de aprendizagem foi menor do que a prevista
Vale pontuar que os resultados atuais do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e do Ideb 2021 (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) trazem indicadores referentes ao período pandêmico, de quase dois anos de ensino não presencial. Mesmo nesse cenário adverso, Minas Gerais apresentou estabilidade nos números do Ideb do ensino médio e crescimento nos anos finais do ensino fundamental.
O Ideb é o indicador que reúne os resultados de fluxo escolar (aprovação) e as médias de desempenho obtidas nas avaliações de Língua Portuguesa e Matemática do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica). Na avaliação realizada em 2021, foi observada uma redução no desempenho apresentado pelos alunos da rede estadual de Minas, se comparado com 2019, contudo, a perda de aprendizagem foi menor do que a prevista por pesquisas divulgadas anteriormente.
O Ideb 2021 do ensino médio, Minas manteve o índice de 4.0 alcançado na edição anterior, com aumento no rendimento (fluxo) similar ao observado entre 2017 e 2019 - o que demonstra a continuidade do trabalho que vinha sendo realizado pela rede de busca ativa e monitoramento da frequência dos estudantes - e queda no desempenho menor do que o esperado. O resultado apurado de proficiência nesta etapa de ensino, de 4,56, é ainda maior que a nota padronizada obtida em 2017, de 4,52.
Nos anos finais do ensino fundamental a melhora no rendimento foi mais significativa e a queda estimada no desempenho foi ainda menor, resultando em aumento de quatro décimos no Ideb 2021, que saltou de 4.6 para 5.0. Este foi o maior índice alcançado nesta etapa de ensino no estado de Minas Gerais.
Já nos anos iniciais do ensino fundamental, o Estado apresentou estabilidade no rendimento e queda já esperada no desempenho, resultando em uma redução no Ideb dessa etapa de ensino para 6.0. Considerando o fato de que em etapas de alfabetização o acompanhamento presencial é ainda mais importante para a aprendizagem dos estudantes, o que foi impossibilitado pelas medidas de distanciamento social durante um longo período, além das dificuldades maiores das crianças em acompanhar aulas remotas, essa queda já era estimada.
Foto: Gustavo Nominato/Divulgação