Os anos de 2020 e 2021 foram desafiadores para qualquer estudante do Ensino Médio que se viu em meio a uma pandemia, tendo que se dedicar ao ensino remoto, ou híbrido, em pleno período de preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
O Ensino Médio é uma etapa de muitas expectativas e sonhos profissionais para os adolescentes. Ver o nome de diversos estudantes da rede estadual de ensino de Minas Gerais entre os aprovados, através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), nas melhores universidades públicas do Brasil tem um gostinho especial para a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) que se enche de orgulho neste momento.
Foram milhares de alunos, de diversas regiões de Minas Gerais, que conquistaram uma vaga em instituições estaduais e federais de Ensino Superior. Muitos foram os que se destacaram nas primeiras colocações pelas cotas de Escola Pública e Renda, como o caso de Amabily Pabliane Fioratti da Costa, de 17 anos, aluna da Escola Estadual Ary Pimenta Bugelli, de Itaú de Minas. Ela ficou em 2º lugar em Engenharia Mecânica no Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG). “As minhas expectativas foram alcançadas porque a engenharia era uma área que sempre quis. Desde o 1º ano eu sempre pesquisei esse ramo no mercado de trabalho”, conta a estudante que se prepara para fazer as malas para Arcos, local que fica o Instituto Federal.
Assim também ocorreu com Nathan da Silva Marcelino, de 18 anos, que sempre estudou na Escola Estadual Dr João Pinto, também situada no interior mineiro, na cidade de Tocantins. “Quando vi a minha colocação eu pulei no chão e comecei a chorar. Desde muito novo sempre quis estar no meio de algo relacionado à comunicação. Me inspiro em muitos profissionais do jornalismo esportivo”, comemora Nathan que alcançou o 1º lugar em Jornalismo na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
A Maria Clara de Oliveira José, de 17 anos, é destaque como 1º lugar no curso bacharelado de Letras e Línguas Estrangeiras na Universidade Federal de Alfenas (Unifal). Estudante da Escola Estadual Coronel Lucas Magalhães, de Arceburgo, ela conta que já se prepara para toda a mudança em sua rotina. “As aulas começam dia 23 de março e será uma mudança radical. É a primeira vez que vou ficar longe da minha família, mas isso está sendo tranquilo porque a minha irmã mais velha já se formou nessa mesma universidade e também teve que morar sozinha”, conta Maria Clara que não se contém de alegria. “Foi um choque de tanta felicidade ver a minha colocação”.
O 1º lugar em Física da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) foi de Paulo César Cardoso de Campos, de 18 anos, da Escola Estadual Alfredo Olivotti, da cidade de Extrema. Ele curte o momento de alegria em alcançar a vaga tão bem colocado e dá uma boa dica a outros estudantes. “Desde o 8º ano do Ensino Fundamental eu faço o Enem como trainee. Isso me deu familiaridade com a prova e me ajudou a alcançar uma boa nota”. Paulo conta que sempre gostou muito de estudar o universo e já traça planos de cursar uma pós-graduação em astrofísica. “Eu gravei um vídeo para ver – e guardar – a reação dos meus pais ao saberem do resultado. Minha mãe e meus avós choraram, ficaram todos muito felizes”, lembra o agora universitário, Paulo.
A alegria familiar também foi o ponto alto para Priscila Brito, de 17 anos, aluna da Escola Estadual Santo Antônio, de Miraí, que ficou em 1º lugar em Agronegócio na Universidade Federal de Viçosa (UFV). “Minha família sempre me incentivou a ir em busca dos meus sonhos. E hoje sei que eles estão realizados porque essa conquista não é só minha, é nossa. Foi gratificante colher o fruto de muita dedicação e muito estudo”, conta Priscila que sempre estudou na rede estadual de ensino.
Outra estudante que tem comemorado muito é Julya Cunha Miranda, de 19 anos, que formou em 2021 na Escola Estadual Professor Joaquim Rodarte, em Formiga. Desde 2020, mesmo em meio ao ensino remoto, ela sempre se dedicou aos estudos em busca do sonho que foi alcançado com louvor, tendo ficado em 2º lugar em Medicina na Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ). “A disciplina foi o meu maior desafio. Independentemente de qualquer outro fator, a maior luta é conosco mesmo, de controlar a ansiedade e as distrações do dia a dia”, pontua a estudante.
SEE desenvolveu ensino remoto que ganhou destaque no Brasil
Vale lembrar, que mesmo durante a pandemia da Covid-19, quando as escolas precisaram permanecer fechadas ou parcialmente, seguindo as determinações do Protocolo Sanitário de Retorno às Atividades Escolares Presenciais, da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), a SEE/MG garantiu e se empenhou que o ensino remoto chegasse a todos os estudantes. Por meio do Regime de Estudo não Presencial (REANP), constituído de procedimentos, meios e formas de organizar as atividades escolares, destinadas à garantia da aprendizagem, ao cumprimento das Propostas Pedagógicas de cada nível e modalidade, e ao cumprimento da carga horária exigida.
Composto pelos Planos de Estudos Tutorados (PET), as teleaulas do programa Se Liga na Educação e o aplicativo Conexão Escola, com navegação patrocinada pelo Estado, o REANP foi reconhecido como um das melhores estratégias de ensino remoto durante o período restritivo da Pandemia da Covid-19, no Brasil. Na pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Minas Gerais alcançou nota 5,83 enquanto a média nacional ficou em 2,38. As ferramentas tecnológicas – aplicativo e teleaulas -, apesar de terem sido criadas durante a Pandemia, continuam sendo usadas no atual ensino presencial como apoio pedagógico para professores e alunos.