Com o intuito de promover uma educação cada vez mais inclusiva, agregar e aproximar toda a comunidade escolar, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) oferece estratégias pedagógicas adaptadas e direcionadas ao atendimento de estudantes com síndrome de Down.
Além da oferta dos Atendimentos Educacionais Especializados (AEEs), os estudantes têm acesso a atividades adaptadas de acordo com os conteúdos, que estimulam a parte cognitiva, atenção, percepção, memória, coordenação motora e aspectos comportamentais.
De acordo com a coordenadora de Educação Especial e Inclusiva da SEE/MG, Suéllen Cristina Coelho, a interação e a socialização dos estudantes com seus colegas, professores e demais pessoas do ambiente escolar é também essencial.
“O processo de aprendizagem acontece, também, por meio das relações que existem entre os sujeitos e o ambiente que os cercam. Dessa forma, a escola se constitui em um local social por excelência. Possibilitar um ambiente escolar no qual haja relações sociais entre os estudantes da educação especial e os outros atores — professores, colegas e demais profissionais da escola — favorece o desenvolvimento cognitivo, emocional e social de todos”, explica a coordenadora.
As atividades cognitivas e sociais já são rotina na Escola Estadual José Ermírio de Morais, em Três Marias, onde a estudante Bruna Micaela Leite de Jesus cursa o 2° ano do Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI). Ela gosta de atividades sociais como a dança, em que tem a oportunidade de interagir e criar laços com os demais colegas. Segundo o diretor da instituição, José Augusto de Mesquita, os alunos com deficiência e/ou síndromes são incluídos nas atividades em grupo, apresentações, danças, esportes, jogos e nas diversas atividades que acontecem durante as aulas.
Lucas Vechi Lana, estudante do 7º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Carlos Trivellato, em Ponte Nova, além de participar de exercícios voltados para o desenvolvimento cognitivo, também se envolve em atividades sociais, como atividades esportivas e festas comemorativas, como a junina. A professora da sala de recursos da instituição, Maria Marta Albergaria, aponta que a didática pedagógica é toda adaptada para atender, individualmente, cada estudante. “Para trabalhar com os alunos com síndrome de Down, fazemos uma adaptação de conteúdo de acordo com a necessidade e pré-requisitos que eles possuem”, conta a professora.
“A convivência com os demais alunos proporciona o apreço às diferenças e o reconhecimento do quão positiva é a convivência com a diversidade, fazendo com que os alunos com síndrome de Down se sintam acolhidos, respeitados e, acima de tudo, vistos em sua totalidade humana: sensibilidade e plenas condições de aprendizagem”, é o que destaca a diretora da Escola Estadual Benedito Valadares, em Raul Soares, Tatiani Evangelina Gomes Sant’Ana. “Vale ressaltar que a inclusão não deve ser responsabilidade somente do professor que está em sala de aula, é importante que toda a equipe escolar esteja envolvida nesse processo.”, completa a diretora.
A E.E. Benedito Valadares é o cenário em que o estudante Vitor Emanuel Carneiro Pires, do 9º ano do ensino fundamental, aprende se divertindo. A mãe do estudante, Helenice Carneiro Grillo Pires da Silva, afirma que o carinho com que todos os profissionais o tratam faz toda a diferença. “Encontrar pessoas dispostas a acolhê-lo e inseri-lo no meio social, sem preconceito, foi algo que o fez crescer e desenvolver cada vez mais”, analisa.
Estratégias pedagógicas de inclusão
Assim que são matriculados na rede estadual de ensino, os estudantes da educação especial passam por uma avaliação pedagógica para identificar qual o Atendimento Educacional Especializado (AEE) melhor atenderá suas especificidades pedagógicas. Todo o início de ano letivo é construído o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), que deve ser atualizado ao longo de cada bimestre escolar. Com esse instrumento é possível realizar o acompanhamento da aprendizagem de forma a considerar as habilidades, potencialidades, especificidades desses estudantes, bem como avaliar os objetivos alcançados.
Esses atendimentos, de acordo com a Resolução nº 4256/2020, são oferecidos para auxiliar no processo de aprendizagem desses estudantes. Além dos AEE, também são disponibilizadas intervenções pedagógicas e a possibilidade de reforço escolar com o objetivo de atender às especificidades de aprendizagem apresentadas pelos estudantes.
As estratégias de inclusão e adaptação são realizadas considerando as especificidades dos estudantes. “A aprendizagem não acontece da mesma forma para todos os alunos. Nesse sentido, é preciso considerar o estudante em uma perspectiva histórico-cultural, no qual as informações trazidas pelas famílias, as relações sociais e a afetividade contribuem para o conhecimento pedagógico acerca do processo de aprendizagem e favorecem a construção de estratégias pela equipe pedagógica e adaptações que vão ao encontro das necessidades apresentadas pelos estudantes.”, ressalta a coordenadora Suéllen Coelho.
Com o objetivo de aperfeiçoar o trabalho dos profissionais que atuam junto aos estudantes da educação especial, a SEE/MG conta com 47 Centros de Referência em Educação Especial Inclusiva (CREIs) em todo o estado. Além de oferecerem cursos de formação continuada para os profissionais da rede estadual de ensino, os CREIs também auxiliam as escolas na adaptação de materiais pedagógicos acessíveis, de forma a atender às necessidades dos estudantes com deficiência.