Para além de aprender matemática, português e ciências, os estudantes da rede estadual mineira têm acesso a atividades interdisciplinares que abordam temas ambientais e sustentáveis de maneira didática e que fazem sentido para o contexto da comunidade em que eles vivem.
Em toda Minas Gerais, instituições estaduais têm desenvolvido ações que incentivam o conhecimento sobre questões socioambientais e estimulam a mudança de atitudes diárias, para que contribuam para a preservação ambiental e gerem valor para a sociedade.
Em comemoração à Semana Mundial do Meio Ambiente, celebrada neste ano entre os dias 5 e 9 de junho, essas iniciativas foram intensificadas por meio de programações especiais. A Escola Estadual Maria Rosa de Freitas, em Fervedouro, promoveu palestras e atividades sobre os temas relacionados, além do plantio de mudas de plantas e uma feira sustentável, com o objetivo de conscientizar sobre a reutilização, reciclagem e o consumo sustentável. Os alunos puderam trocar objetos e roupas que não usavam por uma moeda social, criada pela escola, para, posteriormente, “adquirir” outros pertences que poderiam ser úteis. “Antes da feira nós estudamos sobre reciclagem, consumo sustentável e reutilização de materiais”, aponta o estudante Nikolas Prúcoli, do 9° ano da instituição.
Marianna Miranda, professora de Biologia e coordenadora do Novo Ensino Médio na Escola Estadual Maria Rosa de Freitas, fala da importância da temática ambiental para a realidade dos alunos, que em grande parte mora no entorno do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro. “Nós pretendemos focar na educação ambiental e levar informações de qualidade aos nossos alunos, que muitas das vezes querem se profissionalizar mas também permanecer na região e contribuir para melhorias na comunidade local.”, relata.
A Escola Estadual Walt Disney, em Casa Branca, também promoveu uma feira de escambo, em que os estudantes poderiam trocar materiais que não queriam mais por outros objetos que poderiam ser úteis para eles, focando na questão do reaproveitamento de insumos e do consumo consciente. “Foi muito legal, eles gostaram muito e a gente já pensa em tornar essa uma atividade permanente nas ações da escola, para acontecer pelo menos uma vez a cada bimestre.”, ressalta o diretor, Marco Aurélio Oliveira. A instituição já trabalha com os alunos o descarte correto do lixo e, em parceria com uma cooperativa local, desenvolve uma ação de recolhimento e destinação correta de materiais recicláveis.
Interdisciplinaridade e didática
Na instituição de Casa Branca, iniciativas de conscientização são desenvolvidas de maneira interdisciplinar, em que professores de diversas matérias trabalham assuntos e questões ambientais. Como os princípios da coleta seletiva e dos 5 R’s — repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar — em Ciências da Natureza; o gasto de energia, em Física; a poluição do planeta, em Química; o lixo como um problema social, em Práticas Experimentais e Ciências da Natureza; entre outros componentes curriculares.
A Escola Estadual Luiz Borges Ferreira Gonzaga, em Rio Manso, é outra instituição que aposta na interdisciplinaridade. “Nosso objetivo como escola é, além de contribuir para a preservação do meio ambiente, conscientizar nossos alunos através de atividades interativas sobre a importância de contribuir para a melhoria da qualidade de vida de todos os seres vivos.”, ressalta a especialista em Educação Básica, Andréia Terezinha Campos Parreiras.
Com a autorização da direção e o apoio dos professores, os alunos tomaram a iniciativa de criar um projeto de revitalização dos jardins da instituição, plantando flores. A escola também promoveu outras ações, como caminhada ecológica — oportunidade em que os alunos recolheram lixos jogados pelo caminho e destinaram esses materiais para entidades sociais e para uso em outras etapas de ações ambientais — e promoção de rodas de conversa com os alunos para abordarem assuntos sobre a preservação ambiental. As atividades foram desenvolvidas abrangendo matemática, portugues, inglês, educação física e outras matérias.
Sara Morais de Ávila Martins, estudante do 8° ano da Escola Estadual Luiz Borges Ferreira Gonzaga, destaca que o mais importante na caminhada que a escola realizou foi a conscientização sobre o cuidado com o meio ambiente e o descarte correto do lixo. “Parte do lixo que recolhemos será vendido para uma empresa de reciclagem e o dinheiro arrecadado será destinado para uma associação de proteção aos animais. Alguns dos lixos recolhidos nós vamos reaproveitar para construir brinquedos que serão doados para a creche do nosso município.”, aponta. A instituição também está elaborando um projeto de recolhimento de lixo eletrônico para a correta destinação desses materiais. Além de outras ações com foco na sustentabilidade e no apoio social à comunidade.
Na EE Professora Nhanita, em Santa Bárbara, os alunos tiveram oficinas de tintas feitas com terra, em que cada estudante levou um pouco de terra de cores diferentes para fazerem tintas minerais e pintarem o muro da escola. “Isso (a produção das tintas minerais) é importante porque não atrapalha o meio ambiente, pois é feita de coisas que vêm dele mesmo. A oficina foi muito boa, aprendemos muitas coisas sobre o cuidado com o meio ambiente.”, frisa Izabela Firmino Dias Silva, do 7°ano do ensino fundamental.
A instituição também promoveu uma palestra sobre poluição do ar. “Aprendemos como a chuva ácida pode impactar o meio ambiente, através de um experimento feito com rosas e enxofre.”, relata a estudante Lindalva da Silva Mota, do 1° ano do ensino médio em tempo integral.
Fotos: SEE-MG / Divulgação