“A diretora foi lá na minha casa me explicar que eu não posso faltar tanto e que é muito importante ir às aulas, para não perder nada. Agora eu não falto mais porque eu entendi que o meu lugar é na escola, que eu preciso aprender coisas novas e que aqui eu tenho vários amigos.”
Esse é o relato de Laiany Souza Santos, da Escola Estadual José Zacharias Junqueira, em Uberlândia, que após ter um grande número de faltas foi procurada pela direção escolar, por meio do Busca Ativa.
A segunda onda do programa, referente ao segundo bimestre letivo de 2023, foi iniciada nesta sexta-feira (25/8) em todas as escolas estaduais mineiras. O público principal são aqueles estudantes que apresentaram um alto índice de faltas no segundo bimestre.
O Busca Ativa tem o objetivo de alcançar e trazer de volta estudantes infrequentes, evitando o abandono e a evasão escolar. Para isso, são realizadas ações de identificação dos estudantes faltosos, mobilização dos responsáveis legais, acionamento das redes de assistência, quando cabível, e acolhimento aos alunos que não se sentem pertencentes à comunidade escolar. Essas são estratégias orientadas pelo Plano de Enfrentamento ao Abandono e à Evasão Escolar, que tem o objetivo de impulsionar as ações da Busca Ativa e trazer de volta os estudantes que estejam com mais de 25% de faltas no diário escolar.
“Por meio do nosso sistema Monitora Busca Ativa, foi possibilitado aos diretores escolares informarem a situação de seus estudantes infrequentes com grande precisão. Além de permitir uma melhor organização das ações que têm sido tomadas para prevenir o abandono dos estudos”, destaca o subsecretário de Articulação Educacional da Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG), Gustavo Pedroso.
Monitora Busca Ativa
As ações do Busca Ativa são, estrategicamente, organizadas para alcançar todos os estágios da infrequência escolar — seja o desinteresse pelos estudos, desmotivação em frequentar a escola, problemas de convivência com a comunidade escolar, problemas pessoais e familiares ou, até mesmo, casos de doença. “Teve um período em que eu estava distanciado da escola porque eu fiquei desanimado. Com a Busca Ativa, eu pude perceber o carinho e o acolhimento que a instituição tem comigo”, pontua Gustavo Soares Coelho, estudante da Escola Estadual João Belo de Oliveira, de Carangola.
“Uma questão que consideramos muito importante é conhecer o que o aluno está vivenciando, porque muitos dos problemas que os afastam da escola estão relacionados a questões que a própria instituição consegue resolver. Através de ligações e visitas, conseguimos atender uma grande quantidade de estudantes e fazer com que eles permaneçam na escola”, ressalta Dayse Silveira, diretora da Escola Estadual Quintino Vargas, no município de João Pinheiro.
A frequência dos estudantes é monitorada por meio do Diário Escolar Digital (DED), onde os servidores da escola registram as atividades dos alunos. Há, também, o sistema Monitora Busca Ativa, que é uma plataforma de dados em que os diretores podem informar e monitorar a situação do aluno.
Para tornar as ações do programa ainda mais efetivas, o sistema tem sido aprimorado, observando as avaliações e apontamentos das escolas. A partir dessa segunda onda do Busca Ativa, a plataforma ganhou alguns diferenciais, como a nova funcionalidade que mostrará a frequência do estudante em cada um dos bimestres decorridos até o momento e também a frequência global desse aluno. Na versão antiga, o sistema mostrava apenas a infrequência do estudante naquele bimestre.
Resultados
Dados atualizados apontam que no primeiro bimestre deste ano, mais de 69 mil estudantes retornaram às salas de aula por meio da iniciativa. Dayse aponta que a instituição na qual ela é diretora começou a trabalhar com o Busca Ativa no período da pandemia e que desde então continua desempenhando as ações. “Esse trabalho tem representado muito no desenvolvimento dos nossos alunos, principalmente no que se refere à evasão escolar. Continuamos com as ações e acreditamos que, com o Busca Ativa, vamos melhorar, a cada dia mais, o índice de aproveitamento desses jovens. Realmente, já estamos sentindo os resultados”, aponta.
Foto: SEE-MG / Divulgação