As escolas da rede estadual de ensino já estão com mais de oito mil grupos de estudantes formados para os Agrupamentos Temporários Intermitentes.

Essa intervenção pedagógica ocorre dentro do horário letivo e tem o objetivo de superar defasagens de aprendizado do ensino fundamental e médio. Já são 2.494 escolas aplicando a estratégia e quase 42 mil estudantes participando. Os professores de Matemática e de Língua Portuguesa que integram as ações recebem material específico de apoio.

O Agrupamento Temporário, instituído pela Resolução SEE/MG nº 4692/21, é uma Estratégia de Intervenção Pedagógica, cujo objetivo é favorecer o desenvolvimento das capacidades e habilidades cognitivas, em um curto espaço de tempo, em estudantes que tenham apresentado na avaliação diagnóstica, avaliação intermediária e avaliações internas da escola, defasagem de aprendizagem.

“É oportuno dizer que esta estratégia de intervenção é mais uma ao lado das demais ações como o Reforço Escolar e o Plano de Recomposição das Aprendizagens (PRA) que convergem no mesmo objetivo de garantir a aprendizagem. É muito importante que a escola se dedique na organização desse atendimento e que as famílias se coloquem no apoio da escola para que, juntos, possamos assegurar que os estudantes tenham seus direitos de aprender”, pontua a superintendente de Políticas Pedagógicas da SEE/MG, Graziela Santos Trindade.

O público-alvo dessa intervenção pedagógica são estudantes com baixo rendimento que foram indicados a participar da 1ª entrada do reforço escolar, mas que por algum motivo não estão enturmados e sem condições de frequentar as aulas de reforço. As atividades do agrupamento estão ocorrendo dentro do turno do aluno e não há a necessidade do estudante permanecer por mais tempo no ambiente escolar. 

A professora Carina Tomaz, de Língua Portuguesa, ministra aulas nos Agrupamentos Temporários Intermitentes da Escola Estadual Professor Martins, no município de Acaiaca, pertencente à Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Ouro Preto. Ela aponta um grande diferencial dessa intervenção. 

“É uma proposta única. Os estudantes que estão com muita dificuldade ficam frustrados dentro de sala de aula, vendo os colegas caminharem e eles não. Quando eles são chamados para um momento deles, onde eles são ouvidos, e tratamos as suas dificuldades de acordo com as particularidades e realidade de cada um, isso tem feito com que eles resgatem o ânimo, se sintam valorizados e identificados. Na maioria das vezes as dificuldades os deixam com baixa auto-estima e aflora a indisciplina. Mas com os agrupamentos, estão se sentindo reconhecidos e envolvidos com esse trabalho”, ressalta a professora Carina. 

O diretor da EE Professor Martins, Aguinaldo Medeiros Boldrini, ressalta que a mudança do ambiente é um ponto positivo. “Os estudantes têm gostado bastante por ser um atendimento mais individualizado, em grupos bem pequenos. Além disso, eles vão para outros espaços da escola como biblioteca, sala de informática, pátio e isso traz momentos diversificados para eles”. 

As ações estão previstas para ocorrerem nas escolas até o final de novembro. 

Agrupamento Temporário Produtivo

O Agrupamento Temporário Produtivo consiste em agrupar os estudantes, temporariamente, em arranjos pedagógicos dentro da própria sala de aula, para trabalhar habilidades não consolidadas em qualquer componente curricular, identificadas após as avaliações. Nesta estratégia de agrupamento as aulas são ministradas pelo próprio professor regente.   

Agrupamento Temporário Intermitente

O Agrupamento Temporário Intermitente consiste em agrupar até cinco estudantes, temporariamente, em arranjos pedagógicos fora da sala de aula para trabalhar habilidades específicas de Matemática e Língua Portuguesa, com defasagem identificada após avaliação. 

Neste modelo de agrupamento as aulas são ministradas por outro professor diferente do professor da turma, tal como: professor eventual da própria escola (anos iniciais), professor para  ensino do uso da biblioteca da própria escola (anos iniciais, anos finais e ensino médio) e professor regente de aulas convocados ou com extensão de jornada para atuar especificamente nessa função.