Comunicativa, gosta de trocar experiências, uma garota de muitos amigos e antenada com o universo artístico. Essa é Carolina Monteiro, de 25 anos, que acaba de concluir o curso superior de Artes e Design da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Uma colação de grau muito comemorada por todos à sua volta. Carolina é um case de sucesso para a rede pública estadual de ensino mineira. Estudante com deficiência, ela cursou o ensino médio na Escola Estadual Nyrce Villa Verde Coelho Magalhães, de Juiz de Fora, e traz consigo boas lembranças sobre os avanços das Políticas Públicas voltadas para o atendimento especializado.
Carolina é um incentivo a tantos outros da Educação Especial que superam desafios para seguir na busca do conhecimento acadêmico. Cursou o ensino médio de 2014 a 2016 e, deste período, ela ressalta dois importantes processos.
“A escola possuía uma arquitetura favorável, totalmente acessível para cadeirantes. Durante a minha permanência na rede estadual, o que mais me marcou positivamente foi a receptividade e o carinho dos professores e funcionários, em especial duas professoras de apoio, a Delfina Pimentel e Fernanda Frizeiro, que considero imprescindíveis para que eu pudesse chegar aonde estou. A escola sempre me acolheu”, lembra com carinho Carolina, que tem paralisia cerebral e não possui o controle dos movimentos abaixo do pescoço. Ela tem acessibilidade digital de ampla autonomia promovida por interfaces e aprimorada por ela mesma ao longo dos anos.
Educação especial e inclusiva
A rede de ensino estadual atua de acordo com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, na qual os estudantes da rede pública de educação especial possuem o direito de serem matriculados, preferencialmente, nas escolas comuns de ensino.
A educação especial tem como objetivo garantir aos estudantes público-alvo o direito de acesso às instituições escolares, ao currículo, à permanência, o percurso e a uma escolarização de qualidade por meio da oferta dos atendimentos educacionais especializados. Para isso, a Secretaria de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) proporciona estratégias específicas para atender às necessidades desses estudantes.
“Há quatro atendimentos educacionais especializados que formam as acessibilidades para o acesso aos currículos nas escolas comuns. A sala de recursos e o regente de turma são peças fundamentais na rotina desses estudantes, além, quando necessário, o professor de apoio, o tradutor intérprete de Libras, guia intérprete para surdocegos e o professor de apoio à Comunicação, Linguagem e Tecnologias Assistivas. Além de ofertarmos formação aos nossos professores para que eles tenham saberes específicos e possam aplicar junto aos estudantes público da Educação Especial. A inclusão é feita com todos os professores e servidores da escola. É realmente uma rede para dar suporte e permitir que o estudante possa ter uma escolarização de qualidade e alcançar os níveis mais elevados de ensino”, pontua a coordenadora de Educação Especial e Inclusiva da Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG), Suéllen Fernandes Coelho.
Para o Atendimento Educacional Especializado (AEE), a rede estadual é estruturada com cerca de 1.480 salas de recursos multifuncionais ofertadas aos estudantes público da educação especial, o que abrange estudantes com deficiências, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Altas Habilidades/Superdotação, matriculados em escolas comuns. A ampliação do atendimento acontece mediante a demanda de matrícula desses estudantes apresentada pelas escolas. A rede estadual de ensino conta com cerca de 15 mil professores de Apoio à Comunicação, Linguagem e Tecnologias Assistivas (ACLTA).