Promover intervenções pedagógicas com a inclusão de todos os estudantes nas aulas de Educação Física. Essa é uma das possibilidades do “Corfebol”, modalidade esportiva criada na Holanda, no início do século XX.
Desconhecido do grande público, o esporte vem ganhando cada vez mais espaço e começou a ser inserido na rede estadual pública de ensino. É o caso da Escola Estadual Professor Domingos Ornelas, em Santa Luzia, que realizou uma oficina para formação da prática do Corfebol, ministrada pelo professor Marcelo Soares.
A ideia de levar o esporte para a escola surgiu através de uma reunião de colegiado, onde foi discutida a destinação da verba do Prêmio Escola Transformação, para que a escola trouxesse projetos e iniciativas diferentes aos estudantes. A estudante Ana Luisa de Souza, participante do colegiado, foi uma das entusiastas pela escolha do projeto. “Quando vimos alguns vídeos sobre o Corfebol e lemos sobre a descrição, descobrimos que é um esporte que incentiva muito a coletividade, sem distinção de gênero, ou idade. É um esporte que fortalece a amizade”, diz a estudante.
Para a vice-diretora Luciana Leite, a diversidade apresentada pelo esporte é muito importante para o âmbito escolar, além da interação entre os alunos e a novidade de um novo esporte. “Essa diversidade faz com que o esporte seja muito interessante para os estudantes. Por ser um jogo bastante técnico, atraiu a atenção dos estudantes, o que gera uma grande motivação para os nossos alunos, nas aulas de educação física”, relata.
O que é o Corfebol?
O esporte surgiu na Holanda em 1902, criado pelo professor Nico Broekhuvesen, inspirado pelo jogo chamado Ringball. O nome, em português, significa “bola ao cesto” e trata-se de uma modalidade completamente mista, de contato físico controlado. A modalidade reúne características de esportes como o handebol, basquete e futsal.
Esse esporte foi trazido ao Brasil pelo professor Marcelo Soares, na década de 90. Foi ele quem ministrou a oficina na a E.E. Professor Domingos Ornelas. “O Corfebol é um jogo cooperativo, sem contato físico, que não é permitido progredir com a bola. É muito democrático e sem violência”, afirma.
O professor afirma que o Corfebol é um esporte que traz a possibilidade de criar novas amizades, sem a necessidade de “ser atleta”. Para ele, a modalidade gera inclusão, e a apresentação da oficina na escola foi inesquecível. “Saí da escola muito feliz e motivado. Foi gratificante ouvir dos jovens que se sentiram incluídos e adoraram o Corfebol”, conclui.