Educação pública de qualidade precisa de norteadores que indiquem a realidade do ensino nas escolas.
Esse é o principal objetivo das avaliações do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), do Governo Federal, e as do Programa de Avaliação da Alfabetização (Proalfa) e do Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica (Proeb), da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), que estão sendo aplicadas na rede estadual de ensino.
Na tarde desta quarta-feira (8/11), o secretário de Estado de Educação, Igor de Alvarenga, acompanhou a aplicação da avaliação na Escola Estadual Professora Maria Amélia Guimarães, em Belo Horizonte, e reforçou a importância da participação dos estudantes.
“Em Minas Gerais, estão previstas a participação de mais de 25 mil estudantes, de todas as redes. Aqui nesta escola, tivemos quase 100% de participação e os estudantes estão fazendo a prova com bastante tranquilidade e atenção. Importante ressaltar que as escolas têm produzido kits para os estudantes realizarem as avaliações, além de alguns brindes especiais. Eu tenho certeza que em Minas essa aplicação vai ser um sucesso”, comenta.
Diretor da E.E. Professora Maria Amélia Guimarães há um ano, Sandro Lemes, conta que a escola vem se preparando há mais de dois meses para aplicação das avaliações, o que garantiu uma alta taxa de participação dos estudantes aptos a realizarem a prova. “Estou bastante ansioso pelas notas, acredito que nossos resultados vão superar a meta estipulada”, diz.
A aplicação das três avaliações nas escolas da rede pública estadual iniciaram nessa segunda-feira (6/11) e estão previstas para ocorrerem até o dia 24/11. No âmbito nacional, o Saeb é aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para estudantes do 2º, 5º e 9º anos do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio, entre os dias 6 a 17/11. A avaliação é focada nas matérias de Língua Portuguesa e Matemática, traçando o diagnóstico da educação básica brasileira e de fatores que podem interferir no desempenho do estudante.
“As avaliações externas permitem que as escolas e as redes públicas de ensino avaliem a qualidade da educação ofertada aos estudantes. O resultado é um indicativo de qualidade de ensino, gerando subsídios importantes para elaboração, monitoramento e aprimoramento de políticas educacionais com base em evidências”, explica a superintendente de Políticas Pedagógicas da SEE/MG, Graziela Santos.
Ideb de Minas
As médias de desempenho dos estudantes no Saeb e os resultados de fluxo escolar (aprovação) compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o principal ‘termômetro’ da qualidade educacional do país.
Os últimos resultados divulgados pelo Inep mostram que Minas, mesmo em período pandêmico e de quase dois anos de ensino não presencial, manteve a estabilidade histórica nos índices do ensino médio e crescimento nos anos finais do fundamental, além de perdas de aprendizagem menores do que as previstas em pesquisas.
Com nota 4.0 em 2021, Minas Gerais obteve aumento no Ideb do ensino médio similar ao observado entre 2017 e 2019, o que demonstra a continuidade do trabalho realizado pela rede de busca ativa e monitoramento da frequência dos estudantes, além da queda no indicador menor do que o esperado, apontando estabilidade no Ideb. O resultado apurado de proficiência, de 4,56, é ainda maior que a nota padronizada de 2017 (4,52).
Pontuando nota 5.0, o cenário dos anos finais do ensino fundamental é similar ao ensino médio, porém a melhora no rendimento foi mais significativa e a queda estimada no desempenho foi menor, resultando em aumento no Ideb 2021 de 4,6 para 5,0.
Já nos anos iniciais do ensino fundamental, o estado apresentou estabilidade no indicador e redução no Ideb nessa etapa devido à pandemia da covid-19. Fato inédito, a queda ocorreu nas etapas de alfabetização, período em que o acompanhamento presencial é ainda mais importante para a aprendizagem dos estudantes, o que foi impossibilitado pelas medidas sanitárias, além de maior dificuldades das crianças em acompanhar aulas remotas.
Somado aos desafios da pandemia, as taxas de aprovação nos anos iniciais são altas devido à falta de retenção nesta etapa educacional. Nesse caso, a redução do indicador era esperada e refletiu em queda do Ideb para 6.0.
Para mitigar as perdas de aprendizagem em todas as etapas de ensino, o Governo de Minas investiu em testes de habilidades de todos os componentes curriculares, de forma individualizada, apontando quais habilidades os estudantes conseguiram ou não consolidar.
A estratégia possibilitou que professores identificassem os conteúdos que precisavam ser revisados e aprofundados por meio do programa Reforço Escolar, com oferta de aulas extras de Língua Portuguesa e Matemática. Entre 2021 e 2023, mais de 260 mil estudantes foram atendidos pela ação em mais de 6 mil turmas em todo o estado.
Proeb e Proalfa
Com finalidades semelhantes, mas com foco no mapeamento da educação mineira, a SEE/MG aplica o Proalfa para os estudantes do 2º ano do ensino fundamental, e o Proeb, para os estudantes do 5º e 9º ano do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio. Os dados apurados pelas duas avaliações compõem o Sistema Mineiro de Avaliação e Equidade da Educação Pública (Simave).
Para mobilizar os estudantes nos dias de prova, que podem chegar até 2h30 de aplicação, a SEE/MG destinou recurso aditivo de R$ 25 por participante, que receberam kits escolares, além de um reforço na alimentação escolar.
Na Escola Estadual Virgínio Cruz, em Espinosa, o dia das avaliações teve clima de celebração. “Fomos recebidos no pátio pela diretora e professores, que leu uma carta do secretário de Educação nos desejando boa sorte. Logo em seguida, tivemos um lanche muito gostoso. Realizamos a prova e sou grata pelo que a escola faz por nós”, compartilhou Laura Bianca, estudante do 5º ano.