As escolas da rede estadual de ensino mineira realizam, entre os dias 20 e 24 de novembro, a Semana de Educação para a Vida, iniciativa que atende à Lei Federal nº 11.988/2009, que dispõe sobre a criação dela nas escolas públicas de ensinos fundamental e médio de todo o país.
A semana é dedicada à sistematização e divulgação de projetos desenvolvidos ao longo do ano, seguindo a abordagem curricular multidisciplinar e temas transversais. Isso visa enriquecer a formação escolar com as experiências dos estudantes e seus contextos socioculturais.
Conforme orientações enviadas pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) aos gestores e equipes escolares, as atividades desenvolvidas devem estar alinhadas com o Projeto Político-Pedagógico e com o currículo da escola, sendo desenvolvidas com a participação de todos profissionais, estudantes e comunidade escolar. Ações como o Programa de Convivência Democrática, Educação das Relações Étnico-Raciais, Educação Ambiental, Juventude e Saúde na Escola podem ser desenvolvidas por meio de feiras, rodas de conversa, apresentações, seminários, palestras, entre outros.
“A Semana de Educação para a Vida trata-se de uma oportunidade de dialogarmos de forma transversal sobre as diversas temáticas que perpassam o ambiente escolar. É o momento em que as escolas dão maior visibilidade às ações que foram desenvolvidas durante o ano, que são importantes para nossa sociedade e para formação dos nossos estudantes. Ela evidencia o quanto a SEE está empenhada para uma efetiva educação que agrega conhecimentos e transforma relações”, afirma a diretora de Modalidades de Ensino e Temáticas Especiais da SEE/MG, Fabiana Benchetrit dos Santos.
A Semana de Educação para a Vida é um momento importante na consolidação de uma escola acolhedora, proporcionando aos estudantes espaços de escuta, acolhimento e pertencimento, fomentando a participação nas decisões que influenciam os seus processos de aprendizagem e de convívio social.
Afroteca
Uma das temáticas propostas é a Educação das Relações Étnico-raciais, que vem de encontro à comemoração do Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado nesta segunda-feira, dia 20 de novembro. Neste sentido e dentro dos bons exemplos desenvolvidos na rede estadual, um grupo de professores da Escola Estadual Professor Domingos Ornelas, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, criou a “Afroteca”, um espaço na biblioteca escolar destinado a livros sobre a cultura afro-brasileira.
Os professores passaram por uma formação na qual foram capacitados e munidos de conhecimentos para transmitir aos estudantes e para escolher o acervo do projeto com maior assertividade.
De acordo com a professora de Arte, Isabela Cesário, o objetivo do projeto é adquirir conhecimento científico e social para contribuir com a formação dos estudantes. “Acredito que hoje a Afroteca é mais que conveniente, representa uma recomposição de aprendizagem histórica, cultural, científica e de conhecimento essencial no currículo, mantendo-se atualizada numa perspectiva de futuro e nas construções avançadas de instrução e inteligências múltiplas”, destaca.
Dia da Consciência Negra
O Dia da Consciência Negra busca promover a reflexão e o reconhecimento da importância da cultura afro-brasileira na construção da identidade nacional. Esta data remete ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, símbolo da resistência contra a escravidão no país. Ao longo das décadas, o Dia da Consciência Negra tem se consolidado como um momento de valorização da história, da contribuição e da luta do povo negro, além de ser uma oportunidade para discutir e combater o racismo e a desigualdade racial que persistem na sociedade brasileira.
Fotos: Dirceu Aurélio / Imprensa MG