Professora Eliza Carla incentivou os alunos do 6º ano a adaptarem o jogo de Pacman. Foto: Arquivo pessoal
Para tornar real o game eletrônico, foram usados papéis, papelão, lápis de cor e muita criatividade20 de Agosto de 2020
“Eu fiquei surpresa e encantada com o resultado”. Foi assim que a professora de educação física, Eliza Carla, da Escola Estadual Interventor Alcides Lins, em Curvelo, na região Central de Minas, comentou sobre a dedicação dos alunos a uma das atividades propostas por ela durante o Regime de Ensino não Presencial. Seguindo o desafio sugerido no Plano de Estudo Tutorado (PET), a educadora fez com que o jogo eletrônico, conhecido como Pacman, pudesse ser feito em casa sem nada de tecnologia, apenas com raciocínio e materiais que os alunos tivessem. O resultado foi envolvimento e dedicação da turma que construiu o objeto.
A história do jogo, que fez sucesso na década de 80, e de outros games e relação deles com a saúde, deixou os estudantes do 6º ano do ensino fundamental interessados e chamou a atenção até dos pais que, em muitos casos, se juntaram aos alunos no momento de brincar, como conta Eliza. “Alguns já tinham jogado, mas muitos ainda não conheciam e ficaram curiosos de como fazer. Muitas famílias se envolveram também”.
Apesar da curiosidade dos alunos com o jogo e com a história dos games, trabalhada como conteúdo no volume 2 do PET, a professora revelou que foi surpreendida com a engenhosidade e talento dos alunos que, em alguns casos, até fizeram adaptações e foram ainda mais além. “É uma forma lúdica de participar do jogo e eles até criaram regras”, destaca.
A professora conta que já utilizava da dinâmica de construir objetos e jogos com os seus alunos desde antes da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) desenvolver o ensino remoto, medida de enfrentamento à Covid-19, e que, neste período em que as atividades escolares estão sendo desenvolvidas de forma não presencial, a iniciativa vem ganhando força.
Dedicação
Para fazer o jogo do Pacman em casa, a professora encaminhou para os seus alunos o tutorial e sugeriu alguns materiais para serem utilizados como papel, caneta, tampinha. Ela recomendou que fizessem o caminho da peça, considerando as que fazem a captura e as que deveriam escapar, como na versão original do game. “Eles mudaram as regras e inventaram outras para brincar sozinhos e para jogar com mais pessoas. Desenharam no papel, fizeram em folhas de ofício, recorte de papelão, lápis de cor. Foi com o material que tinham em casa”, ressalta.
Eliza ainda conta que sempre incentiva os estudantes para criar alternativas no momento de fazer essas adaptações e que isso resulta em mais envolvimento em fazer as atividades. “A gente fica em casa e eles longe, mas, mesmo assim, vemos como eles estão empenhados”, comemora. E finaliza dizendo que saber reconhecer o esforço deles também é importante para o aprendizado. “Eu sei que assim eles sempre ficam empolgados. A gente tem que valorizar isso”.