Motivação da participação das famílias e intervenções voltadas para os conteúdos que os estudantes apresentavam mais dificuldades foram algumas das estratégias utilizadas
18 de Setembro de 2020 ,
Nos anos finais do ensino fundamental, a Escola Estadual Engenheiro Márcio Aguiar da Cunha, em Ipatinga, foi a unidade de ensino do setor Centro que conquistou o melhor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB): 6.5. Já a Escola Estadual Desembargador Moreira Santos, em São Gonçalo do Rio Abaixo, teve a maior variação. A melhora no IDEB foi de quase 72%, se comparado a nota verificada em 2017, que foi de 2,9, e a alcançada na avaliação aplicada em 2019, de 5,0. Para as gestoras de ambas as escolas, uma intervenção focada nas dificuldades dos alunos e a participação das famílias são “ingredientes” essenciais para o sucesso conquistado.
Na Escola Estadual Engenheiro Márcio Aguiar da Cunha, a diretora, Grazielle Mendes Barbosa Rangel, conta que a unidade de ensino realizou uma preparação intensa para as avaliações externas. “Fizemos simulados semanais que ajudaram os professores a perceber em que os alunos precisavam avançar, seja em língua portuguesa ou matemática. Essa preparação auxiliou também os estudantes do 9º ano do ensino fundamental que fizeram provas em instituições federais”, afirma a diretora.
A Escola Estadual Engenheiro Márcio Aguiar da Cunha realizou ações de intervenções com os alunos que estavam no baixo desempenho.
Grazielle destaca ainda o trabalho que foi feito junto às famílias dos estudantes. “As avaliações nos ajudam a medir o desempenho do aluno. Por isso, quando assumi a direção, fizemos um monitoramento com os estudantes que estavam no baixo desempenho. Além disso, semanalmente, chamávamos os pais para conversar e saber o que poderíamos fazer juntos para melhorar o desempenho dos alunos. Foi um trabalho bem intenso”. A gestora está à frente da escola há quase dois anos.
Outro fator apontado por Grazielle é a melhoria na infraestrutura da escola. A unidade de ensino foi contemplada no programa Mão à Obra na Escola, com a reforma do telhado. “Antes, na época de chuva, tínhamos que ir para outro prédio por causa das goteiras e isso dificultava o nosso trabalho. Essa obra é um ganho muito grande para nós. Já foi realizada 80%”, conclui.
O Mãos à Obra na Escola é um programa da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) de revitalização das escolas que, só em 2019, investiu cerca de R$ 120 milhões em obras, recurso destinado para a realização da melhoria de infraestrutura de mais de 760 unidades de ensino da rede pública em todo o estado. Além das obras, cerca de R$23 milhões foram usados em mobiliário para as unidades de ensino.
Já na Escola Estadual Desembargador Moreira Santos, a dedicação ao aprendizado dos alunos trouxe a maior variação positiva no IDEB em Minas. De acordo com a diretora, Rita Castro, a escola observou a necessidade de se reinventar e oferecer aos alunos as disciplinas de maneira mais atraente.
“Nós sempre desenvolvemos diferentes projetos com os alunos. Além disso, tivemos bom desempenho e a dedicação de professores e alunos nas aulas de reforço. Também fizemos a busca ativa com aqueles estudantes que estavam mais desanimados”, conta. Em 2019, as escolas estaduais realizaram uma ação intensa de busca ativa dos alunos que estavam infrequentes. A ação foi muito positiva e cerca de 15 mil estudantes, em todo o estado, retornaram às salas de aula.
Escola Estadual Desembargador Moreira Santos realizou busca ativa dos estudantes que estavam infrequentes. Foto: Arquivo da Escola
Segundo Rita, a iniciativa de tirar as dúvidas dos alunos resultou em “aulões” de reforço que tiveram toda dedicação da comunidade escolar. “Temos sempre chamado as famílias para participar. Promovemos encontros com os pais constantemente. Este é um vínculo importantíssimo para ser feito junto com a escola”, destaca.
O setor Centro
Para tornar o trabalho desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) ainda mais eficiente e visando uma maior articulação da rede, as 47 Superintendências Regionais de Ensino (SREs) foram divididas em setores. A composição dos setores foi feita a partir de semelhanças das regionais.
O Centro é composto pelas SREs Coronel Fabriciano, Curvelo, Divinópolis, Metropolitanas A, B e C, Nova Era, Pará de Minas e Sete Lagoas.