Nos anos finais do ensino fundamental, a maior nota no IDEB foi da Escola Estadual de Gouveia. Foto: Arquivo da escola

Turmas dos anos finais do ensino fundamental das unidades de ensino destacam o protagonismo dos alunos, bons projetos de incentivo e formação, além do envolvimento das famílias como diferencial para o rendimento diferenciado.

19 de Setembro de 2020 ,

Os bons números conquistados pela rede estadual de Minas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), mostram que as ações desenvolvidas e implementadas nas escolas têm demonstrado que com eficiência é possível conquistar importantes transformações para melhor. O Estado subiu de 4.4 para 4.6 a nota no indicador de qualidade da educação no país nesta etapa da educação básica, saltando quatro posições, da 13ª para a 9ª. Na região do Jequitinhonha/Leste, as unidades de ensino que se destacaram se engajaram na formação de qualidade dos alunos, demonstrando que a união entre famílias e a escola, além de bons projetos, fazem a diferença.

Em Minas, nos anos finais do ensino fundamental, a maior nota no IDEB no setor Jequitinhonha e Leste foi da Escola Estadual de Gouveia, localizada no distrito de Gouveia, em Leme do Prado. Segundo os dados do índice, a unidade de ensino teve nota de 6.6, melhorando no ano passado ainda mais os números do Ideb 2017, que foi de 5,5.

De acordo com a diretora, Helena Augusta Figueiredo, mesmo sendo uma escola pequena, na Zona Rural, há uma dedicação e empenho para promover as transformações necessárias para melhorar a eficiência no aprendizado. Ela destaca que toda a comunidade escolar está envolvida: alunos, professores e as famílias. “Foi um trabalho muito importante de recuperação dos alunos. A equipe se capacitou para desenvolver as estratégias e foram feitas diversas ações”, conta.

A escola participa de vários programas desenvolvidos pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), como de dar protagonismo ao jovem e o de reforço escolar. De acordo com a diretora, sempre são feitas análises para verificar como melhorar o aprendizado dos estudantes. “A equipe faz um estudo dos resultados e verifica quais as habilidades que os alunos não foram bem. A partir disso, é traçado um plano de ação e é dada nova oportunidade para eles recuperarem. Isso tem refletido nos resultados internos e externos da escola”, revela.

A dedicação de um tempo maior para a compreensão do português e da matemática foi um dos focos da SEE/MG no último ano. Para auxiliar quem precisava de ajuda nestas disciplinas, foi implementado, em todo o estado, o Programa de Reforço Escolar para Fortalecimento da Aprendizagem. Nessa iniciativa, foram oferecidas cerca de 114 mil vagas, distribuídas em 6 mil turmas em mais de 1.600 escolas.

Variação Ideb

Já a Escola Estadual Dom Joaquim Silvério de Souza, que fica no Distrito de Conselheiro Mata, em Diamantina, apresentou a maior variação positiva do Ideb no setor Jequitinhonha e Leste. Em 2017, a unidade de ensino alcançou nota de 2.3 e saltou para 3.8 nos indicador mais recente, divulgado no início desta semana. Alta de 65,2%.

Escola Estadual Dom Joaquim Silvério de Souza, que fica no Distrito de Conselheiro Mata, em Diamantina, apresentou a maior variação positiva do Ideb

A justificativa para a melhora foi percebida pelo diretor, Marcelo Rocha, como o novo entendimento do aprendizado e a transformação da escola em um lugar prazeroso para os estudantes. “A escola vinha de um sentimento de baixa autoestima. Então, tivemos que resgatar esse prazer em estar na escola e torná-la mais divertida”, destaca.

Ainda de acordo com o diretor, com o envolvimento de toda a equipe e com a famílias dos alunos foram desenvolvidos projetos com foco no reforço dos conteúdos, sempre tornando o aprendizado mais atrativo. Entre os projetos focados estão as aulas de reforço e a busca ativa dos alunos que estavam em vias de abandonar os estudos. “Começamos a incentivar a melhora em português com reforço na redação, incentivo à leitura. Além disso, criamos escolinhas de futebol e teatro, atividades que eram sempre atreladas à frequência nas aulas e boas notas. Isso trouxe resultados e melhorou a autoestima”, contou.

Outros projetos desenvolvidos nos últimos anos na escola ainda aproveitaram melhor o espaço onde o prédio está instalado. “Criamos o projeto Serra D’água, onde os alunos ficaram com aulas práticas fora da sala e puderam ver, de fato, como aconteciam o que eles antes viam apenas de forma teórica”, ressalta o diretor Marcelo.

Empolgado com os bons resultados, o diretor afirma que a atual realidade da escola e essa mudança na relação dos alunos, com os estudos e a escola, junto aos projetos desenvolvidos é o que possibilitou a melhora na eficiência. “Nossa escola é divertida, porque tentamos fazer com que ela tenha o ambiente agradável e o aluno se sinta acolhido. A melhora que tivemos é graças a isso”, comemora.

Setor Jequitinhonha/Leste

Para tornar o trabalho desenvolvido pela SEE/MG ainda mais eficiente e visando uma maior articulação da rede, as 47 Superintendências Regionais de Ensino (SREs) foram divididas em setores. A composição dos setores foi feita a partir de semelhanças das regionais.

O setor Jequitinhonha/Leste é composto pelas SREs de Almenara, Araçuaí, Caratinga, Diamantina, Governador Valadares, Guanhães, Manhuaçu e Teófilo Otoni.